Informações pertinentes, não existe um doença que seja típica apenas de cão pastor alemão, todos os cães estão sujeitos a varias doenças, por isso que devemos mante-los sempre vacinados e desvermifugados, usar produtos próprios anti pulgas e carrapatos. Mais devemos tomar cuidados com a brucelose canina.
O QUE É: (Brucelose Canina)
Etiologia
A Brucelose canina é causada pela Brucella canis, um coco bacilo
gram-negativo. A infecção natural é praticamente limitada aos cães.
Transmissão
A B. canis é encontrada no sêmen, nas descargas vaginais, nos
tecidos fetais abortados e urina. A infecção ocorre quando o
microrganismo penetra as membranas das mucosas oro nasal,
conjuntival e genital.
A fêmeas transmitem através do estro, na cobertura, por via
transplacentária, pelas secreções pós aborto, pelo leite e pela urina.
Os machos pelo sêmen principalmente durante as primeiras 6 a 8
semanas de infecção. A eliminação de microorganismo no sêmen com
o tempo vai diminuindo mas pode chegar a 2 anos. A urina também é
uma fonte importante de infecção principalmente em machos.
A B. canis também pode ser transmitida por fômites contaminados.
Patogênese
A brucelose caracteriza-se com bacteremia associada com leucócitos
que pode durar de 6 até 64 meses.
Os locais onde mais comumente encontramos esses microorganismos
são os sistemas linfóide e fagocítico mononuclear, próstata e
testículos, e, no útero gravídico. Dificilmente encontram-se nos olhos,
rins e discos intervertebrais.
A forma mais importante de defesa é a imunidade mediada por
células. Os títulos dos anticorpos desenvolvidos com a bacteremia
caem quando a mesma se finda, ainda que os microorganismos ainda
estejam presente nos tecidos.
Sinais Clínicos
Febre e enfermidades sistêmicas são raras. As principais
manifestações são linfadenopatia generalizada, esplenomegalia e
mau desempenho reprodutivo.
Nos machos teremos infertilidade, inchaço escrotal, dermatite
escrotal, aumento de volume do epidídimo e atrofia testicular nos
animais que desenvolvem processos crônicos.
Nas fêmeas, abortamento de fetos mortos e parcialmente autolisados
com 45 a 59 dias de gestação sem sinais de que elas estejam
doentes, descarga persistente por 1 a 6 semanas após abortamento e
falha em conceber. Obs, o aborto pode ocorrer em qualquer fase da
gestação; e, se a gestação for a termo os filhotes morrem poucos
dias após o nascimento.
Diagnóstico
Devemos suspeitar de Brucelose sempre que alguma cadela abortar.
Existem alguns achados inespecíficos como hiperglobulinemia
ocasional, hiperplasia reativa linfonodal na citologia, anormalidades
no sêmen com mais de 80% de espermatozóides anormais, com
elevação dos leucócitos e aspermia nos estágios crônicos.
Com relação aos testes sorológicos, existem muitas outras bactérias
que reagem cruzadamente com a B. canis, ocasionando muitos falsos
positivos, além da hemólise que também pode ocasioná-los. Os falsos
negativos podem resultar de um seqüestro de infecção ou cronicidade
da mesma, bem como do uso freqüente de antibióticos. Então,
levando-se em conta que um animal pode levar 4 semanas para se
soro converter, deve-se exigir um teste negativo no primeiro dia e
outro após 4 semanas.
O Teste Rápido de Aglutinação em Lâmina (TRAL), é um teste de
triagem de consultório para detectar indivíduos que precisam de
novos testes adicionais. Nesses testes também são comuns falsos
positivos (só metade a dois terços são verdadeiramente infectados),
mas os resultados negativos estão certos em 99% dos casos.
Existem testes de Aglutinação em Tubo e Imunodifusão em Agar Gel
que apesar de serem específicos para a Brucelose não são definitivos,
nestes os títulos variam de 1:50 a 1:100 suspeitos e acima de 1:200
altamente suspeitos.
Embora um único título alto seja indicativo de Brucelose ativa, uma
cultura positiva constitui padrão ideal para um diagnóstico definitivo e
deve-se utilizá-la sempre que possível para confirmação. Pode-se
cultivar preferencialmente descargas vaginais e tecidos fetais
abortados, mas urina, sêmen também são bons materiais, e, para
diagnóstico precoce a hemocultura é o mais indicado.
Tratamento
O tratamento com antibiótico raramente resulta em cura devido a
localização intracelular da B. Canis e por não atravessarem a barreira
hemoprostática o que impossibilita a eliminação intraprostática.
As drogas de escolha são: Minociclina, Tetraciclina com
Diidroestreptomicina, Doxiciclina com Gentamicina (sem eficácia
comprovada) e Fluoquinolonas que são eficazes in Vitro e limitadas in
vivo.
Obs 1: Os resultados das culturas e os testes sorológicos tornam-se
negativos em animais com infecção crônica e nos que receberem
tratamento com antibiótico. Portanto, em animais que já
apresentaram resultados positivos, deve-se realizar a castração.
Obs 2: Não existem vacinas contra B. Canis
Prevenção e Controle
Deve-se ter em mente que os animais infectados demoram semanas
ou até meses para demonstrarem qualquer manifestação clínica da
doença e que nesse período podem infectar outros cães. A brucelose
pode comprometer toda a produção de filhotes de um canil.
O TRAL é recomendado como teste de rotina para identificação dos
animais assintomáticos, por causa de sua sensibilidade. Se houver
decorrido tempo suficiente para formação de anticorpos , se o animal
não estiver infectado cronicamente, de sorte que os títulos já tenham
declinado, e, se nenhum antibiótico tiver sido administrado, os cães
que não estão infectados serão corretamente identificados por esse
teste.
Os animais positivos devem ser submetidos a outros testes por
métodos de maior especificidade pois o TRAL é pouco específico
proporcionando assim falsos positivos.
Novos membros a serem introduzidos em um canil devem ser
mantidos em quarentena por 8 a 12 semanas até que os resultados
de pelo menos 2 testes realizados a cada 4 semanas sejam
negativos.
Os animais com qualquer sintoma/sinal clínico de brucelose não
devem ser admitidos em um canil até que a B. canis tenha sido
excluída como causa. Em relação a animais assintomáticos, são
necessários cerca de 3 meses para se certificar que o cão não está
infectado.
Se em um canil 1 animal tiver resultado positivo em qualquer teste,
principalmente se tiver achados clínicos o mesmo deve ser afastado
da colônia e o canil inteiro deve ser mantido em quarentena.
O diagnóstico definitivo é realizado apenas baseado no isolamento e
na identificação do microorganismo.
Caso qualquer animal seja identificado como positivo o mesmo deve
ser eliminado da colônia e os outros testados mensalmente por no
mínimo 3 meses. Recomenda-se que sejam testados por 6 meses,
mesmo que até o quinto mês apresentem resultados negativos.
Existem casos de tratamentos bem sucedidos principalmente em
fêmeas, resolvendo o problema da não produção de filhotes, mas
quando foram feitas culturas de órgãos internos das mesmas o
microorganismo ainda foi encontrado, sendo assim devemos admitir
que ela ainda pode ser fonte de contaminação. Sem contar que
animais tratados são facilmente reinfectados.
No caso de cães de estimação, o tratamento com antibióticos e a
castração devem eliminar as secreções genitais e a eliminação de B.
canis por esta via. Mas vale lembrar que o animal continua sendo
fonte de infecção para outros cães; e, raramente, pessoas.